terça-feira, 9 de dezembro de 2003

PRESÉPIO TRADICIONAL ALGARVIO - Na Biblioteca da Tomás Cabreira - 2003


[Nota: As ligações/cliques da imagem acima funcionam neste site: http://www.agr-tc.pt/sitesantigos/bibliotecas/natal2003presepio/presepio_tradicional_algarvio2003.htm]

No século XIX, no barrocal algarvio, nove dias antes do Natal, preparava-se a casa para armar o presépio ou armar o Menino, em cima da cómoda que estava em frente da porta da casa de fora. No chão, à frente, ficava uma esteira de empreita, muitas vezes com motivos geométricos polícromos. A cómoda era revestida com uma toalha branca e com larga renda pendente. Em cima, colocava-se um pequeno trono em escadaria, também conhecido por altarinhoescadariapenha ou charola, que imitava o altar-mor da igreja. À medida que se elevava, os degraus eram mais estreitos. Outras vezes, colocavam-se as medidas de cereal, em escadaria, para se formar o trono. Este era coberto com um lençol ou toalhas de linho, com uma dobra de lençol de lindas rendas, com panos bordados pela dona da casa ou pelas filhas solteiras, onde abundavam motivos de cor azul e encarnada.
Construído o trono, começava-se por ornar o Menino. As searinhas, germinadas dentro de chávenas ou pires pequenos, eram colocadas, no trono, com arte.
O trono era ladeado de jarras com verdura, onde sobressaía a murta, o loureiro, o alecrim, a aroeira e a nespereira. Nas paredes da sala, onde estava armado o Menino, colocavam-se também ramos de laranjeira, com laranjas, de loureiro ou ainda de nespereira. Outras famílias faziam um arco de verdura, à frente do trono.
Finalmente, colocava-se o Menino, feito pelo pinta-santos. O vestidinho fora já cuidadosamente lavado e passado a ferro. Outras vezes, vestia-se o Menino de novo. Este era o encanto das crianças, que não se cansavam de olhar para Ele, apesar do seu aspecto não invocar grande piedade, pois fora feito por um vulgar artesão. A mãe preparava uma lamparina (copo com azeite e pavio com fios de linho) e colocava-a em cima de um pratinho, à frente do Menino.
Uma característica, muito peculiar do Barrocal, é ornamentar o trono com laranjas. Ao lado do presépio colocam-se também cachos de laranjas dependurados na parede. Na zona marítima de Olhão, nas primeiras décadas do século XX, as searinhas estavam dentro das latas de conserva de sardinha.
O modo de armar este presépio encontra-se também na Ilha da Madeira. É a chamada lapinha. É construída com três ou mais passadas (degraus). É ornamentada com frutas e searinhas. Nos Açores, o presépio com o Menino em pé denomina-se altarinho. Tem searinhas a ornamentá-lo e, nas paredes da sala, ramos de laranjeira com laranjas. Esta tradição também se encontra no Brasil e em quase todas as nações da América Central e do Sul.
A presença das searinhas no presépio é compreendida pelo povo como uma bênção. São colocadas para o Menino “as abençoar” e para “dar muito pão às sementeiras”. Depois das festas, havia também o costume de colocar as searinhas no campo para crescerem porque estavam abençoadas. Mais tarde, o trigo recolhido era para mezinhas caseiras.
Para ornar o presépio e torná-lo mais vistoso, para além do trigo, introduziam-se outras espécies de sementes – aveia, cevada, lentilhas, alpista, tremoços, etc. – que são semeadas no dia 8 de Dezembro, festa de Nossa Senhora da Conceição. No concelho de Tavira, também se semeiam ervilhacas e grão de bico, no dia 1 de Dezembro, a fim de haver tempo suficiente para a germinação.
No Barrocal, as laranjas, colocadas no presépio, não eram apenas para ornamento. Possuir laranjas era sinal de distinção. Quando um afilhado ou pessoa amiga fazia uma visita na quadra natalícia, dava-se uma laranja que estava no presépio. Se vinha o médico ou o prior a casa, as famílias ficavam muito felizes e sentiam-se honradas se eles retirassem uma peça de fruta do seu presépio.
As imagens do Menino Jesus devem-se essencialmente aos pinta-santos ou faz-santos algarvios que surgiram no século XIX. Estes procuraram reproduzir as imagens dos imaginários, sobretudo o Menino Jesus e Jesus crucificado que, no Algarve, se chama Pai do Céu. A maioria das famílias algarvias, da zona do Barrocal e da Serra, no Sotavento, tinham em casa uma destas imagens. Era costume os pais oferecerem aos filhos, como prenda de casamento, a imagem do Menino Jesus e/ou do Pai do Céu, para ser colocada na casa de fora do novo lar. Na orla marítima, encontra-se a mesma tradição, sobretudo nos concelhos de Castro Marim e Tavira.
Estas imagens, de origem e características populares, criadas pelos pinta-santos, têm, habitualmente, cerca de 20 cm de altura e surgem colocadas em cima de uma penha de madeira.

Pe. José da Cunha Duarte, Natal no Algarve: raízes medievais, 2002
(adaptado)

Presépio em exposição na biblioteca desde 9 de Dezembro de 2003. O presépio e também o texto acima) foi realizado pelas professoras Marília Fernandes, Manuela Barreira e  José Ramos,  da equipa da biblioteca.
Página publicada em 11/12/2003 por mais um elemento da equipa da biblioteca.

Nota: posteriormente esta Página poderá ser acedida através do item Diversos/Recursos, na página inicial da escola

sábado, 31 de maio de 2003

Jornal da 3 - Bom João - 2002/2003


Jornal republicado aqui e em
http://agr-tc.pt/sitesantigos/www_eb1-faro-n3_rcts_pt__Bom_Joao_2002_2003/jornal.htm

Janeiro de 2020
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MARCHA DA ESCOLA




Bom João

Bairro de casas

 branquinhas                 

Andorinhas a voar

Onde há belas janelinhas floridas

Voltadinhas para o mar

Neste bairro

Onde todos habitamos

Nossa escola sobressai

Ela é bela é bonita e alegre

Para mais tarde recordar

O tempo que já lá vai



A nossa escola é linda

Todos gostamos dela

Vimos cá para ver como é
BIS             

Se não viram ainda

Espreitem pela janela

Diz o João e o Zé



P’ra nossa escola linda

Lá vamos com a sacola
As letrinhas aprender

Para mais tarde vivermos

Como homens e mulheres

Aplicar nosso saber


   VOLTA




Textos


Texto Colectivo





Hoje, a Ana trouxe uma caixa transparente que trazia um grilo, um gafanhoto e um bicho de conta, que apanhou ao pé da sua casa.



Os meninos da sua sala gostaram muito de ver esses insectos.



Ontem, o António trouxe uma lagartixa que não tinha rabo. Depois, voltámos a deixá-la no seu habitat natural para não morrer à fome.

 Alunos do 2º ano/turno da tarde       
    






Histórias de Vida
   No dia 25 de Março fomos à Biblioteca Municipal de Faro.
A D. Marita apresentou-nos a D. Margarida, a D. Otília e a D. Miriam, três senhoras com idade para serem nossas bisavós, que moram em Santa Bárbara de Nexe. Nós também nos apresentámos e conversámos com elas.
A D. Otília e a D. Margarida contaram-nos como foi a sua vida quando tinham a nossa idade. Disseram-nos que não era obrigatório ir à escola, não tinham cadernos, escreviam numa lousa, depois apagavam e assim durava muito tempo, iam a pé alguns quilómetros, não havia televisão, luz eléctrica, nem água canalizada (iam buscar água com baldes a um poço). Para virem a Faro fazer compras vinham de burro ou  mula porque não havia autocarro, nem automóveis. Também leram um poema, muito engraçado, com o título "A Preguiça".
A D.Miriam é uma senhora de nacionalidade Belga. Disse-nos que na Bélgica chove muito e faz muito frio, daí ela e o marido terem partido à procura de muito sol. Estiveram em Paris, gostaram muito mas como fazia muito frio continuaram a viagem, passaram pelo Norte de Espanha, estiveram no Porto e em Lisboa, mas como fazia ainda frio e chovia continuaram a viagem e chegaram a Faro. Aqui, havia muito sol e calor, então decidiram ficar a morar aqui.
1º Ano, turma da manhã




Vamos regularmente à "Hora do Conto" à Biblioteca Municipal. Numa das últimas vezes ouvimos o conto do "Pavão do Abre e Fecha".

Na escola fizemos o reconto:
Era uma vez um pavão que tinha o corpo coberto de lindas penas coloridas, de várias cores e muito brilhantes. Foi convidado para uma festa onde iam estar muitos animais e ia haver um baile. Ficou, por isso, muito preocupado porque não sabia dançar e achava que tinha as pernas e os pés muito desajeitados. Resolveu começar a treinar dando uns passinhos de dança.
Começaram a aparecer outras aves que o gozavam e ele ficou muito triste e fechou logo a linda cauda. Entretanto apareceram outras aves que o achavam muito bonito e voltava a abrir a sua cauda. Ora abria... Ora fechava... E... continuava sem saber se havia de ir à festa ou não.
Finalmente apareceram os urubus que lhe deram uma grande lição: Não importa ser feio ou bonito, só importa a beleza interior.
O pavão entendeu a lição dos urubus e resolveu logo ir à festa porque o importante era divertir-se, conviver com os amigos, fazer novos amigos, receber e dar amizade... ser feliz.

 Turma dos Coelhinhos
 2.º ano   Turno da Manhã







O ROUXINOL

Nesse maravilhoso pais que é a China existiu, há muito tempo, um imperador que tinha uma filha chamada Joana.
O monarca era surdo, e por isso, não conhecia as delícias da música, nem os mais belos sons. Não podia apreciar, por exemplo, os belíssimos trinados dos pássaros. Numa tarde em que a Joana passeava pelos exóticos jardins do palácio, escutou surpreendida o canto de um passarinho, que nunca antes tinha ouvido.
No ramo mais alto, de uma árvore em flor, um rouxinol fazia requebros com os seus trinados.
- Cantas tão bem! - disse maravilhada a filha do imperador.
- Sou um simples rouxinol. - respondeu a ave. - Pois há muito tempo que desejava ver-te. Os meus irmãos, disseram para eu não vir ao palácio porque o seu pai (o imperador), só gosta de pássaros vistosos, de plumagens lindas e não liga às aves que cantam.
A princesa disse-lhe que a partir desse momento ficariam amigos e que também estaria naquela mesma hora para escutar os seus lindos trinados.
E o pequeno rouxinol assim fez.
Uma vez o passarinho chegou ao encontro atrasado, e ele tremia de uma forma que a Joana achou que ele estava doente.
- Meu querido amigo - disse ela - isto não pode ficar assim. A partir de amanhã encontramo-nos no meu quarto, onde há calor e não frio e onde podemos estar confortáveis.
- Tens um bom coração, Joana!
Havia já algumas semanas que se encontravam no quarto. quando numa manhã, o Imperador entrou de repente. Ele vendo aquele pássaro a descansar, feliz entre as mãos de sua filha, repreendeu-a muito zangado, porque não gostava dos pássaros feios.
- Joana, como foste capaz de fazer uma coisa destas ao teu pai? - disse ele furioso.
E a sua filha respondeu:
- Pai, tu só olhas à beleza dos pássaros e não dás importância aos seus cantos!
O monarca não compreendeu a sua filha, e então pegou num lenço de seda e sacudiu o passarinho.
E, assim a sua filha ficou tristíssima e nunca mais foi passear. Fechou-se no seu quarto e não queria comer nem receber os seus amigos e acabou por adoecer.
O seu pai, para a filha voltar a ficar feliz, meteu-se a caminho à procura de médicos e riquezas. Mas nada lhe satisfazia, só os trinados do pássaro.
O seu pai pediu que  procurassem o tal pássaro e o trouxessem de volta ao palácio.
A partir daí o passarinho voltou-se a encontrar com a sua amiga, e o imperador percebeu que não é a beleza o que tem mais valor, mas sim a amizade, o amor e o carinho.
Rafaela Gonçalves Garcia
4.º ano - sala 6






Adivinhas


                  Qual é coisa
                  Qual é ela
                  Que apenas entra em casa
                  Logo se põe à janela?
                                              
 

 
Qual é coisa
Qual é ela
Que quanto mais alta está
Melhor se lhe chega?
                                                                                                                                                

                    Qual é a coisa

                    Qual é a coisa
                    Que antes de o ser
                    Já o era?
                                             

 
O que é que
Se põe na mesa
É cortado
E nunca se come?                                         
                             
 
                 O que é que
                 Se tira uma vez



                 E fica para sempre?
                                       

 
 
É vermelho por fora
E vermelho por dentro.
O que é?
                                             
 
                  Foi ela
                  Que nos deu a vida
                  E nem sempre é estimada                 
                  Pois ela tudo nos dá
                 E nunca nos pede nada.
                                             





PASSATEMPOS
 










VISITAS DE ESTUDO



Visita de Estudo à Fábrica do Inglês "Museu da Cortiça" - Silves

No museu, vimos um filme sobre a cortiça. Aprendemos como se tira a cortiça dos sobreiros e o que se pode fazer com ela.
Vimos também como funcionavam as máquinas de fazer rolhas.
Gostámos muito brincar nos baloiços.
Foi uma visita muito agradável.
                                 Turma do 2.º/3.º/4.ºanos - Horário Normal










Visita de Estudo ao Museu da Cortiça


No dia 3 de Abril de 2003 fomos, com outra turma, a uma visita de estudo ao Museu da Cortiça em Silves.
Quando lá chegámos fomos ver um filme que nos mostrava as várias fases da produção de rolhas, desde o descortiçamento nos montados até ao produto final, sendo estas inúmeras operações da responsabilidade da indústria corticeira.
Depois deste pequeno filme, fomos ver algumas máquinas que faziam rolhas. Primeiro o guia ligou uma das máquinas e cortou alguns pedaços de cortiça, passando depois à fase de brocagem que é o acto de perfurar a cortiça. Por último, o guia ofereceu-nos alguns tipos de rolhas de cortiça.
Foi muito interessante ver todas estas máquinas a funcionar.
Por volta das 11h15m fomos lanchar e brincar no parque.
Regressámos à escola cerca das 13 horas.

Nós gostámos muito de visitar o Museu da Cortiça em Silves.

    Testa os teus conhecimentos e responde3;    1- De que árvore se extrai a cortiça?
    2- O que é um montado?
    3- Que intervalo de anos deve ser respeitado nos vários descortiçamentos?

                                                                   
A turma dos "Trombinhas", 2.º/3.º/4.º anos da tarde

                                                                                               Soluções: 1- Sobreiro; 2 - conjunto de sobreiros; 3 - Intervalo de 9 anos